ok alopecia

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quinta-feira, 7 de julho de 2016

Por que ter vergonha?

Tenho me perguntado: porque a gente sente vergonha de ter alopécia?

Na confusão de sentimentos que a gente vive quando se depara com a doença, sente pena de si mesmo,  medo de que o cabelo não cresça novamente, ou que caia de novo, revolta da vida, e quase sempre, sente muita vergonha.

Aos 25 anos, quando a alopécia voltou com tudo na minha vida, eu tinha pavor que alguém descobrisse meu problema. Escondi a falta de cabelos usando próteses por muito tempo. Ficava imaginando a reação das pessoas sabendo que eu não tinha cabelos.  Acho que esse sentimento de pânico se deve ao fato de a minha infância ter sido bem traumática. Algumas crianças criavam apelidos e histórias mirabolantes sobre a doença, os mais audaciosos (ou melhor, diabólicos) arrancavam a boina que eu usava para disfarçar a cabeça sem cabelos, pensa que eu chorava? Eu corria atrás deles furiosa até que soltassem a minha Boina! Demorou um certo tempo para eu perceber que a Alopécia na minha fase adulta poderia ser bem menos dolorosa.

 Procurei uma psicóloga que me deu um suporte maravilhoso e me abriu os olhos para realidade, de que meus cabelos, ou a falta deles, não representavam a Thaize, e que havia muito mais além disso. Hoje não escondo mais de ninguém, também não saio divulgando por ai. Tenho uma postura bem distanciada da alopécia no meu dia a dia, foco no meu trabalho, nos meus estudos e toco no assunto só se alguém perguntar, o que é bem raro de acontecer.

Escrever este blog tem sido um tanto solitário, apesar de ter uma visualização considerável, consegui interagir com apenas um visitante.

As princesas que me procuram no facebook
As pessoas não querem se expor porque tem vergonha. Aconteceram situações de contatos através do meu facebook, meninas confusas, assustadas, e querendo manter sua imagem em sigilo me procuraram para tirar dúvidas. Ao mesmo tempo que fico feliz em poder ajudar com a minha experiência ou algumas poucas palavras de conforto, fico triste porque sei o quanto é ruim viver escondendo a alopecia das pessoas.

Mas a minha experiência me ensinou que tudo tem seu tempo. Tempo de ter raiva, de ter vergonha, de se adaptar e de se aceitar.

Eu espero que você que esteja lendo este post possa se sentir mais encorajado em aceitar a doença. Aceitar não quer dizer desistir, apenas buscar a reversão do quadro de alopécia de uma forma mais leve.

Fica aqui meu facebook para quem quiser  conversar ou tirar alguma dúvida dos posts: https://www.facebook.com/thaizevanessa.costa

terça-feira, 24 de maio de 2016

Meus cabelos voltaram!

E eu também voltei!

Depois de um tempo ausente, e muitas mudanças na minha vida, trago novidades!

Minha experiência de morar nos EUA por um ano e meio foi incrível por vários motivos: viver em segurança, ter estabilidade econômica e política, dirigir num trânsito tranquilo e a possibilidade que eu tive de descansar um pouco da rotina pesada que eu tinha no Brasil e ainda trabalhar num escritório de arquitetura ma-ra-vi-lho-so. Outra coisa muito boa, que eu considero o resultado do estilo de vida que eu tive durante aquele tempo, foi que mesmo sem tratamento, meus cabelos voltaram a crescer! 

Posso dizer que em certa ocasião eu já tinha praticamente 80% do meu cabelo de volta, meus cílios estavam enormes! Mesmo assim, não deixei de usar as minhas próteses. Fui bastante cautelosa esperando que ele voltasse completamente.

Na minha cidade haviam várias lojas de beleza com muitas opções de cabelos: apliques, perucas, próteses...uma disneylandia! Como já disse em outro post, as negras americanas são muito vaidosas e autênticas, elas não tem nenhum receio em usar perucas. Eu tinha uma professora de inglês que a cada semana aparecia de um jeito: de cabelo curtinho, com tranças, de cabelo loiro, ruivo! Ninguém achava anormal. Eu me sentia ainda mais confortável naquele meio.

Entretanto, como não podemos controlar tudo em nossa volta, estive em uma situação de estresse bem forte, e percebi que novas áreas sem cabelo começaram a aparecer. O sinal ficou vermelho! Não podia fugir daquela situação de estresse e ao mesmo tempo tinha que tentar ficar calma para que o meu cabelo continuasse a crescer. Fiz o melhor que pude, respirei fundo, tentei resolver o problema (não consegui!) e meus cabelos minguaram um pouco, mas não desanimei, minha vida seguiu normalmente.

Ai voltei pro Brasil. E as situações de estresse aumentaram. Os cabelos caíram mais, mas aquela situação de alopécia universal não aconteceu e ainda tenho os meus cílios! Tentei infiltração de corticóide nas áreas afetadas mas parece que piorou. Resolvi fazer o que eu vinha fazendo nos EUA, abandonei o tratamento de corticóides infiltrados (com o conhecimento da minha médica), mas continuo tomando algumas vitaminas e tenho tentado estar de "cuca fresca".

A conclusão que eu tenho dessa minha última experiência foi que não criar expectativas me deixou mais forte. Eu sinto que o meu organismo é muito delicado, que basta um gatilho emocional para ativar a minha alopécia. E eu não posso viver numa bolha, os problemas vão e voltam, e eu vou ter que encará-los da melhor forma.

Aqui segue um link sobre infiltração de corticóides:
https://alopeciaareatabrasil.wordpress.com/2011/02/06/tratamento-da-alopecia-areata-com-infiltracao-de-corticorteroides/